quarta-feira, 12 de março de 2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
É através das criaturas que chegamos ao conhecimento de Deus. Diz Salomão: “São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus, e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer Aquele que é, nem reconhecer o Artista, considerando suas obras” (Sb 13,1).
Os Arautos do Evangelho, inspirados por seu fundador, o Padre João Clá Dias, procuram em tudo reconhecer a presença de Deus. No Colégio Arautos do Evangelho Internacional – Thabor, mesmo no ensino de Biologia os alunos passam por um “desafio” bimestral, onde procuram explicitar, através dos conhecimentos adquiridos, como todas as criaturas refletem um aspecto de Deus.
Reproduziremos abaixo uma parte do trabalho sobre símbolos e metáforas, de autoria da Professora Especialista Ângela Tomé, que estudou a fundo o papel desses dois elementos na formação dos Arautos do Evangelho.
Para a seguinte exposição, utilizou ela uma seleção de textos produzidos por alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio Arautos do Evangelho Internacional – Thabor.
Os textos reproduzidos abaixo são oriundos de aulas das disciplinas Biologia e Ciências, ministradas pelo Professor Vicente de Paula Nunes, nos anos de 2005 a 2007, e também da disciplina de Redação e Produção de Textos, ministrada pela referida professora, no mesmo colégio e no mesmo período.
O Professor Vicente estimula em suas aulas a que o aluno procure, além de apreender o conteúdo, captar seu significado simbólico. Ao explicar a matéria de Ciências ou Biologia, a par do conhecimento científico, vai levando o aluno a estabelecer relações simbólicas, com os conhecimentos da religião, do sobrenatural, criando uma verdadeira interdisciplinaridade entre sua matéria e outras, como por exemplo, Religião, Teologia, História Sagrada, Filosofia, História Geral, Língua Portuguesa e Literatura. Ao final do bimestre ele solicita aos alunos que redijam um texto explicitando o simbolismo da matéria estudada. Com isso os alunos são levados a refletir e a esforçar-se por exprimir-se com vocabulário correto, uma vez que querem comunicar suas impressões. Durante o bimestre seguinte, os estudantes já acompanham as aulas tendo como fundo de quadro o simbolismo do que estudam. O resultado, segundo o professor, e segundo seus colegas que ministram aulas para as mesmas turmas, é o melhor possível. Há muito interesse e curiosidade, elementos indispensáveis para o conhecimento e assimilação de qualquer conteúdo. Todos os trabalhos são corrigidos, comentados com a classe e arquivados bimestralmente. Constituem um interessante acervo, utilíssimo para pesquisas, como o foi o caso deste trabalho.
Os trabalhos colocados à disposição para pesquisa causaram até um certo embaraço de escolha, por serem tão variados e substanciosos. Nota-se neles, a par de problemas lingüísticos comuns em estudantes da faixa etária, ortográficos, gramaticais, etc, (os únicos que foram corrigidos dos originais para maior clareza de leitura), muita coerência e simplicidade. Verificou-se também que não refletem problemas do gênero “não sei como começar”, ou “não sei como acabar”. Os alunos escrevem em sala de aula, inteiramente à vontade, visto que sabem que não serão avaliados pela forma – e, a bem da verdade, nem pelo conteúdo – pois não se trata de uma avaliação, mas de uma atividade intelectual e espiritual deleitável, que tem como objetivo fazer com que todos compartilhem as graças que receberam durante o estudo. Há trabalhos de diversos tamanhos: alguns usam cinco linhas, outros trinta, dependendo da disposição interior que tenham no momento.
Fiquei impressionado por saber como as abelhas protegem a colméia. Elas dão a vida para proteger sua casa. Isso é símbolo de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo deu Sua vida por nós, para nos salvar e nos proteger.
Mas as abelhas, além de guerreiras, são belas e ferozes. Assim devemos ser nós: belos de alma e ter ódio ao pecado. Nossa Senhora quer o bem estar do mundo. As abelhas querem o bem da colméia, que é a sua vida.
As abelhas vão de flor em flor para pegar pólen e formar mel. E o apostolado dos Arautos começou assim: foi de lugar em lugar para buscar santos católicos e foi se formando esta grande associação que hoje nós estamos freqüentando, os Arautos, com seu presidente geral o Pe. João Clá Dias, devoto de Maria.
(6a. série, 2006)
Podemos aplicar aos átomos a parábola de Nosso Senhor Jesus Cristo que diz: “A quem muito tem, mais será dado, e a quem tem pouco mais lhe será tirado.” Assim acontece com os átomos. Por exemplo, um átomo que tem seis elétrons tem a tendência de ganhar mais dois; e um átomo que tem três elétrons tem a tendência de perder os três.”
( 8a. série, 2006)
Diversos
“Uma coisa que me impressionou foi que a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, como ela é una e verdadeira, só nela é que Deus reina, e os materialistas estão sempre na dúvida. Um exemplo: os pulsares. São essas explosões que não se tem certeza do que acontecem. Sempre se diz: Talvez... não se sabe... A Igreja é sempre eterna e verdadeira. Deus, quando criou o mundo não disse: “Talvez faça-se a luz”, mas disse: “Fiat lux!” faça-se a luz.
Outra coisa é a tabela periódica, a numeração de todas as substâncias que têm os seus nomes, seus números, etc., o que simboliza é a sabedoria de Deus, que chama cada estrela pelo seu nome, Deus sabe o número das areias do mar, etc.
Outra coisa é a relação de um átomo com o outro, formando substâncias compostas. Assim também acontece conosco: sem o batismo somos apenas criaturas, mas com a graça participamos da vida incriada de Deus.”
(8a. Série, 2006)
“Impenetrabilidade: dois corpos não podem ocupar ao mesmo tempo o mesmo lugar.
Simbolismo: Essa característica representa perfeitamente o que diz Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
Tenacidade: é a resistência que o material apresenta à quebra, quando submetido a um impacto.
Simbolismo: Uma alma iluminada pela graça, quando é submetida a uma provação, tentação ou choque com o mal, resiste fielmente a esse impacto. Pelo contrário, alguém outrora bom, mas que se deixou penetrar pelo mal, quando é submetido a um choque, quebra-se e é arrastado pelo desânimo.
Transparência: material transparente; translúcido, opaco.
Simbolismo: uma alma “transparente” é aquela que se deixa iluminar pelo “flash” e transmite essa graça aos outros. Uma alma “translúcida” é aquela que corresponde em parte à graça. Uma alma “opaca” é aquela que resiste e não se deixa levar pelas graças.”
(8a. série, 2006)