quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Criador Universal, Deus, pôs no mundo, entre outras coisas, necessidades vegetais que mostrassem aos homens exemplos claros da paternidade de Deus.
As plantas com pigmentos verdes necessitam fazer a fotossíntese a fim de fabricarem seu próprio alimento para sobreviverem.
Também nós somos miseráveis. (...) No entanto, Deus Filho se encarnou, morreu na Cruz para nos salvar. Isso é que é PATERNIDADE. E Ele assemelha-se ao sol, pois as plantas precisam de sol para operar a fotossíntese, e nós de Deus para deixarmos de ser pífios, sem entusiasmo, etc.
Peçamos uma vez mais a Nosso Senhor, que é o Pai dos pais, que nos una em uma “Fotossíntese da vida sobrenatural” a Ele e a Nossa Senhora.
(1º ano Ensino Médio, 2006)
Já no final do desse ano, com toda a matéria de Biologia, podemos ver a perfeição com que Deus fez o nosso organismo.
Por exemplo: cada proteína tem uma forma enovelada diferente de todas as outras e essa forma dá à proteína uma função específica. Assim também somos nós. Deus dá uma vocação específica para cada um e, através desta, mostramos os aspectos diferentes de Deus.
Também quando a proteína perde sua forma, ela deixa de exercer sua função no organismo. Assim somos nós, que quando pecamos perdemos o estado de Graça e perdemos nossa forma, e deixamos de representar um aspecto de Deus.”
(1o. ano, Ensino Médio, 2006)
Tratando sobre as substâncias do corpo humano, foi dito que a água tem várias funções no organismo.
É interessante notar que, de certo modo, a água representa muito a humildade de Deus.
Apesar de sua importância, nunca fizeram propaganda da água. Só se vê propaganda de refrigerantes, vinhos, bebidas de todo tipo, mas nunca da água.
Ela nos dá o exemplo perfeito da humildade, porque ela sempre faz o bem para o nosso organismo, ainda que não façam o proselitismo de seus benefícios.
Assim também devemos ser: fazendo o bem sem reciprocidade, simplesmente pelo próprio bem, e pelo Supremo Bem, que é Deus.” ( 1º ano, Ensino Médio, 2006)
Christianus alter Christus: O Cristão é um outro Cristo.
Se fôssemos estudar, ou melhor, tirar todos os lados simbólicos da natureza, da física, da química, da biologia, creio que passaríamos anos e anos escrevendo, descrevendo, vendo, pensando, meditando nesses pontos. No ano passado, vimos um tanto esse assunto de átomos, moléculas, células, etc, e já pudemos tirar muitíssimas conclusões.
Entretanto, veio-me uma idéia que não ocorrera no ano passado.
A célula se divide formando outras células, idênticas à primeira, ou seja, é uma reprodução em relação àquela “princeps”.
Olhando a célula reproduzida, não notamos praticamente diferenças entre as duas. Se notamos, são diferenças pequenas; porém, notamos mais as semelhanças do que as diferenças.
“Chrstianus alter Christus.” O cristão é um outro Cristo. Aqui notamos as analogias, pois a partir de uma célula, de um núcleo, acabam-se formando outras partes, outras células. Da mesma maneira com um fundador que, de um modo ou outro, acaba tendo discípulos, que são exatamente a imagem humana do fundador. Tanto que mesmo passados 1.500 anos, podemos encontrar num beneditino a imagem de São Bento. De maneira infinitamente maior acaba acontecendo com o arquifundador que é Nosso Senhor Jesus Cristo, fundador da Igreja, do qual todo cristão deve ser imagem. (3º ano, Ensino Médio, 2006)
Estudando esta matéria, percebemos a perfeição de Deus em criar as coisas tão minúsculas, com tanta perfeição e com tantos simbolismos.
Todo o assunto da divisão celular é tão perfeito que negar a Deus é propriamente uma questão de deficiência mental.
Dentro do assunto das células, é interessante observar dois pontos muito simbólicos: 1. O gene: dentro do cromossoma há pedacinhos que dão as características físicas das pessoas. Isso é análogo à alma que é refletida em cada pequeno aspecto da pessoa, seja no modo de falar, no modo de gesticular, etc.
2. A mitose: uma função perfeita que Deus colocou no corpo é a da reprodução das células por meio da mitose. Imagine se ao fazermos um corte, ele ficasse sem cicatrizar. Seria uma aberração. Mas Deus fez este processo de divisão celular, entre outras coisas, para sinalizar que quando temos a desgraça de pecar, devemos procurar reconstituir as virtudes que perdemos com este corte na alma, através da confissão, que Deus instituiu para nossa salvação e para a “reconstituição” de nossa alma. (3o. ano, Ensino Médio, 2006)
Os trabalhos seguintes foram executados por alunos de Produção de Texto e Redação. São trabalhos que refletem mais preocupação formal, pois foram objeto de avaliação. Não foram tão espontâneos como os anteriores, embora tenham sido redigidos durante a aula, pois o tema foi dado de antemão, de modo que os alunos pudessem pesquisar e refletir sobre o que escrever. Nota-se neles muita maturidade de reflexão, formação doutrinária incomum para a idade, desejo de fazer apostolado com quem os lê. Como os anteriores, neles se encontram muitos problemas lingüísticos.
Nos dias de hoje, se alguém nos perguntasse a utilidade de uma porta, muitos achariam estranha a pergunta e dariam uma resposta vaga, sem nenhuma ênfase na beleza que ela pode representar. Mas ela não é só um enfeite, um pedaço de madeira que impede a passagem de um lugar para outro.
Atrás de toda porta fechada há uma certa dúvida, um ar de mistério, de suspense e de curiosidade sobre o que pode estar do outro lado. Dir-se-ia que separa um mundo do outro. A porta de um confessionário, por exemplo.
De um lado, um mundo de pecados, de paixões desordenadas, de iniqüidades, de vidinha, onde o rei é o príncipe das trevas; do outro, um mundo de arrependimento, de amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, de desejo de ir para o Céu, de humildade, onde a Rainha do Céu e da Terra, dos Anjos e dos Homens, reina com suma misericórdia.
A porta nos faz lembrar das virtudes da confiança e da esperança, pois mesmo estando fechada, é só virarmos a maçaneta que chegaremos ao outro lado.
Assim também é o Reino dos Céus. Quando cometemos um pecado mortal a porta nos é fechada, mas é só nos confessarmos que a porta nos é aberta novamente. (8a. série, 2005)
Pode-se dizer dos textos acima que as metáforas, neles, constituem como que um fundo musical que acompanha a progressão dos conhecimentos adquiridos. Usando uma metáfora para defini-las, elas são como a pele que reveste a carne humana, e a carne que reveste os ossos. Nota-se nos textos uma certa reação ao teorismo que, a partir do século XIX, dominou o processo ensino-aprendizagem. A procura de aspectos simbólicos do conhecimento, como algo que satisfaz o sensível, torna clara esta reação à estrutura criteriológica positivista e racionalista anterior.
Por outro lado vê-se que a chamada “civilização da imagem” (imagem aqui no sentido corrente da expressão) chegou a um tal desvario que o homem como que diz: “basta!” E como solução sai à procura do simbólico, sobretudo como suporte do belo. Na introdução ao estudo do Cardeal Joseph Ratzinger (2006) sobre a beleza, encontramos esta esclarecedora e verdadeira afirmação: “Beleza é a palavra que revela a inevitável nostalgia do homem pela verdade, pela justiça e pelo bem, quer dizer, a nostalgia de Deus.” E já no corpo de sua exposição diz:
De todo o acima exposto podemos concluir que a linguagem simbólica se constitui numa excelente ferramenta de ensino. O gosto pelo maravilhoso unido à necessidade do contacto com o concreto para compreender as abstrações, parece-nos ser a fórmula adequada para sermos bem-sucedidos na formação das gerações jovens, pois o espírito humano não foi feito para conhecer a verdade pelo mero raciocínio. O raciocínio lhe é indispensável, mas Deus não fez da Criação uma universidade. Ele fez universidades para conhecermos a Criação.
O aprendizado científico faz parte básica, essencial, preciosa, sagrada da mentalidade humana, assim como o aprender através das “leçons de choses”. Mas há todo o mundo dos símbolos, do senso, que completa isso. E na mente humana há uma harmonia entre as coisas, e esta leva o homem a compor seu panorama com todos esses elementos. É o que faz a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, fundamentalmente docente, explicante. Ela desenvolve a teologia, é raciocinante. Mas para chamar a si o homem inteiro, Ela se enche de adornos simbólicos. As colunas, os capitéis, as abóbadas, os vitrais, tudo o mais, tem uma função didática. Para que tudo isto existiria, se o homem, simplesmente estudando a Suma Teológica, pudesse conhecer muito mais? A Santa Igreja quer somar as duas coisas. Um fiel que estude o catecismo, ou, se tem mais nível cultural, que estude a Suma Teológica, forma seus princípios. Mas a Igreja entra com uma ação formativa através dos símbolos, e vai acompanhando a grei católica à medida que esta vai se desenvolvendo.
Além disso, a Igreja tem seus santos canonizados. A santidade heróica, porém, é uma crista de montanha. Como toda montanha, esta tem suas encostas. E há uma variedade de personagens mais ou menos eminentes, bons, probos, cujo exemplo nós devemos seguir, não só porque aconselham bem, mas porque eles são símbolos vivos do que eles fazem, do que pregam, do que ensinam.
Assim, uma vez aprofundada filosófica e teologicamente a noção de símbolo, fica aberto um mar de visões simbólicas das coisas, que entretêm e santificam o homem, e que formam um ponto de partida de uma escola literária e artística inteiramente nova.
No entanto, deve-se ressaltar que o que conduzirá a humanidade a um conhecimento simbólico correto, equilibrado, restaurador é propriamente a inocência, pois “quem tiver maior caridade verá a Deus mais perfeitamente e será mais feliz” (AQUINO, 2002, vol.I, p.261). E aqui está a esperança para o futuro. Uma humanidade altamente filosófica e teológica, de cultura altamente filosófica e teológica muito disseminada por causa de um certo aguçamento do senso simbólico, tem que ser uma característica essencial da era que São Luís Maria Grignon de Montfort denominou “Reino de Maria”.

Um comentário:

Edward disse...

Escrevo para comunicar-lhe que alguém reconhece o seu trabalho, que é de grande valor! Confie que um dia isso servirá para muitos, pois a escrita fica, e mais do que o texto, o que fica para a eternidade é a vossa sincera intenção. O capricho é notório.
Salve Maria!